Ao passo que a tecnologia vem sendo cada vez mais empregada em
equipamentos eletromédicos, aumentam-se também as exigências relacionadas à
segurança elétrica, uma vez que com as novas tecnologias, os riscos associados
a choques elétricos, erros operacionais, dentre outros, se tornam cada vez mais
suscetíveis a ocorrer em ambientes hospitalares. A falta de manutenção, testes
diários, inspeções periódicas dos equipamentos médico-hospitalares e o uso incorreto
dos mesmos ocasionam acidentes que podem trazer sérios danos à saúde do
paciente e da equipe clínica. As fotos a abaixo mostram um dos primeiros
desfibriladores e um desfibrilador atual, quanta mudança!!
A seguir relatarei alguns casos de acidentes envolvendo equipamentos médico-hospitalares para ressaltar a importância desse assunto.
1º
Caso: Falta de inspeção no bisturi elétrico:
Uma paciente de 26
anos sofreu uma queimadura de terceiro grau no polegar direito durante a
realização de uma cirurgia plástica para correção de hipertrofia mamária, a
paciente foi submetida à anestesia geral. Após três horas de cirurgia,
percebeu-se um odor de queimado na sala cirúrgica, houve a verificação do
posicionamento da placa neutra do bisturi elétrico, mas finalmente constatou-se
a queimadura no polegar direito da paciente, local onde se encontrava o
oxímetro de pulso. O sensor foi retirado e o bisturi e a placa foram trocados.
Ao investigar o motivo do acidente, a análise do bisturi revelou uma
descontinuidade no fio de retorno, próximo à inserção na placa de dispersão. A
paciente foi submetida a novas internações para tratar a lesão causada pela queimadura.
Esse acidente ocorreu devido um defeito no fio da placa de dispersão, que
impediu o retorno da corrente, a falta de saída fez com que a corrente elétrica
procurasse pontos de menor resistência, que nesse caso foi o sensor do oxímetro
de pulso, que gerou calor no local e queimadura. Os métodos para prevenção de
acidentes elétricos causados por bisturi eletrônico é a checagem da integridade
do circuito, uso correto do equipamento, manutenção preventiva, verificação periódica pré- cirurgia,
entre outros fatores.
Para ver essa noticia na integra, acesse: http://www.clasa-anestesia.org/revistas/brasil
2º
Caso: Mesa cirúrgica quebra durante parto
Ao iniciar o trabalho de parto, uma paciente de 28 anos
foi acomodada em uma mesa cirúrgica para realização do parto normal. Durante o
procedimento, a mesa cirúrgica quebrou, derrubando a paciente e o recém-nascido
no chão. As consequências desse acidente foram a morte do recém-nascido, visto
que sofreu traumatismo craniano, traumatismo na região do púbis e na perna
direita da paciente. Após constatações sobre o motivo do acidente fatal, foi
levantada a hipótese de que a mesa não deveria ter passado por manutenção
preventiva, não foi apresentada nenhuma evidência provando alguma inspeção
recente e muito menos verificação antes do procedimento.
Para ver esse caso na integra, acesse: http://g1.globo.com/brasil/noticia
3º
Caso: Desfibrilador? Funciona?
Durante uma crise de epilepsia, uma mulher de 32 anos
sofreu uma parada cardíaca e seus familiares solicitaram ajuda dos serviços de
atendimento móvel de urgência (SAMU), a primeira ambulância chegou ao local em
menos de 5 minutos e foi constatada a necessidade do uso de um desfibrilador,
que não estava presente nessa ambulância, foi chamada então uma segunda
ambulância que estava com um desfibrilador sem funcionamento. Infelizmente o
preço dessa falha foi a vida da paciente que poderia ter sido salva com o uso
de um desfibrilador operante.
Para ver esse caso na integra, acesse:
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/04/mulher-morre-apos-desfibrilador-nao-funcionar-em-ambulancia-do-samu.html
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/04/mulher-morre-apos-desfibrilador-nao-funcionar-em-ambulancia-do-samu.html
Acidentes como os mencionados poderiam ter sido evitados
se os equipamentos envolvidos tivessem passado por uma análise periódica de
acordo com o recomendado. O desfibrilador, por exemplo, recomenda-se que
diariamente sejam feitas inspeções da carga na bateria e que pelo menos uma
descarga seja aplicada em um analisador de desfibriladores. A utilização de
check list também é muito importante para avaliar a situação de cada
equipamento e seu funcionamento antes dos procedimentos.
Se gostou ou tem dúvidas, sugestões, compartilhe conosco através dos comentários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário