segunda-feira, 16 de junho de 2014

SEGURO DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS



Fazemos seguro de carro, casa... Algumas pessoas fazem seguro dos cabelos, pernas, bigode, nariz, língua, e por ai vai... Se checar no “tio Google” você é capaz de encontrar seguros inusitados e alguns bizarros.
Então, eis a pergunta, porque fazer seguro de equipamentos médicos?

Será que vale a pena?

Como funciona?

Quem faria?




O mercado de equipamentos médicos tem uma grande variação de preços, mesmo com a mesma função. É possível escolher o mais barato (porém em alguns casos de qualidade duvidosa) até o mais caro (nem sempre é sinônimo de qualidade, ás vezes é pago o nome da marca, enfim, não é possível definir qualidade e preço). E vivemos em época de correria, de economias desnecessárias, onde, por exemplo, compra-se um excelente equipamento, porém a estrutura em si, esquema elétrico pode não corresponder com o exigido pelo equipamento.
Diversas situações podem comprometer o funcionamento de um equipamento e para que a clínica, hospital, laboratório seja “pego desprevenido”, alguns desses lugares já estão optando pelo seguro de equipamentos médicos.



Nem sempre os seguros incluirão todos os equipamentos, principalmente quando se tratar de portáteis.
As principais coberturas do seguro específico para os equipamentos são:
Roubo e furto qualificado do equipamento,
Danos materiais causados de forma acidental aos equipamentos e seus componentes, como por exemplo, a queda de um transdutor, danos elétricos, incêndio, alagamento e inundação e no caso do equipamento portátil,
Cobertura para o transporte em todo território nacional, inclusive roubo no interior do veículo, risco esse muitas vezes excluídos nos contratos de seguros.

A aceitação do seguro será analisada pela corretora.
Veja: Condições Gerais – Riscos Diversos Equipamentos Móveis/Estacionários. Informações sobre Seguro.
O valor segurado deve ser sempre o valor atual de mercado na data da contratação do seguro. As taxas do seguro variam entre 2% e 4,5 % a/a, do valor de mercado do equipamento, ou seja, uma taxa muito acessível em relação às inúmeras coberturas oferecidas. Existem variações, todas especificadas na contratação do serviço, podendo ser o equipamento: estacionário (quando operando em local especificado na apólice) ou móvel (transportado em todo território nacional).



Um contrato mal formulado pode inclusive causar a negativa de uma indenização. A prevenção ainda é a melhor maneira de lidar com imprevistos.
O seguro não cobre perdas, danos, prejuízos, avarias e responsabilidade direta ou indiretamente resultantes de:

a. Vício intrínseco, má qualidade ou mau acondicionamento dos objetos segurados;
b. Atos de autoridades públicas, salvo para evitar propagação de danos cobertos por esta apólice;
c. Atos de hostilidade ou de guerra, rebelião, insurreição, revolução, motim, confisco, greve, nacionalização, destruição ou requisição decorrente de qualquer ato de autoridade de fato ou  de direito, civil ou militar;
d. Qualquer perda ou destruição ou dano de quaisquer bens materiais, ou qualquer prejuízo ou  despesa emergente ou qualquer dano emergente e qualquer responsabilidade legal de qualquer  natureza contribuído  radiações ionizantes ou de contaminação pela radioatividade de qualquer combustível nuclear ou  de qualquer resíduo nuclear;
e. Atos de vandalismo, saques, incluindo aqueles ocorridos durante ou após o sinistro;
Entre outros, dependerão do que conta no contrato da empresa seguradora.


Segurar equipamentos médicos pode ser uma garantia que permite cuidado com o equipamento, melhor aproveitamento, confiança e a satisfação do cliente quanto ao atendimento de saúde. Mas caso seja feita esta escolha, necessariamente todas as situações envolvendo o(s) equipamento(s) deverá concordar com o estabelecido em contrato, afinal, será pago o valor e caso ocorra o imprevisto, de nada terá adiantado o seguro. Caberá aos responsáveis pelas despesas e investimentos do estabelecimento de saúde definir se compensará ou não ter um seguro de determinado equipamento e analisar os possíveis riscos, danos.

E então? No seu local de trabalho existe seguro de algum equipamento médico? Ou caso seja um estudante da área – o que acha sobre isso?  
Conte-nos sobre sua opinião, e se tem dúvidas, sugestões, compartilhe conosco através dos comentários! 

SOBRE BOMBA DE INFUSÃO (O QUE VOCÊ GOSTARIA E NÃO GOSTARIA DE SABER) PARTE 3



Continuando a saga da bomba de infusão, eis alguns dos tipos de acidentes que envolvem uma simples e aparentemente inofensiva bomba de infusão:

Fluxo livre – um mau posicionamento do equipo, ou o uso inadequado pode transformar uma simples infusão em uma overdose, pois o fluxo do fluido transportado para o paciente corre livremente através deste equipo colocado de forma imprópria. 





Interferência eletromagnética – se recordam da postagem sobre o “mito” (acesse INTERFERÊNCIA DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS)? Pois é, uma B.I. pode sofrer uma interferência e sua programação poderá ser alterada e assim prejudicando a infusão do paciente.




Infecção e necrose no local da infusão – é realmente necessário que o local onde for colocado o equipo no paciente seja higienizado e que a pessoa responsável – enfermeiro(a); tenha o cuidado com o deslocamento da agulha no paciente, isso evitará possíveis desconfortos e traumas.




O custo de uma B.I. é de R$2.000,00 a R$9.000,00. Em hospitais pequenos, o número total de bombas não é muito elevado, porém em hospitais de médio a grande porte, que possuem UTI’s, Quimioterapias, o número de B.I.’s terá um aumento significativo.



Compra e aquisição de bombas de infusão:
A compra de todas essas B.I.’s terá altos custos, além da compra das bombas em si, deverá ser gasto tempo com treinamento para os operadores, compra de equipos, gastos com manutenção, calibração e será necessário guardar em caixa dinheiro para substituição das bombas que não são mais utilizáveis. Por esses motivos, a maior vantagem é ter um contrato de comodato com fornecedores de B.I., eles cedem os equipamentos e o estabelecimento de saúde compra os equipos, que variam (em torno de) R$1,20 (equipo universal) a R$6,50 (equipo específico). Neste tipo de contrato, a manutenção, calibração, substituição, treinamento é por conta da empresa contratada.

Por último, mas não menos importante, um esquema geral do funcionamento de uma bomba de infusão: o diagrama de blocos. (Extraído de Gerenciamento de Equipamentos Médico-Hospitalares - GEMA).


Para um bom funcionamento de bombas de infusão:
 
Rotinas de inspeção de B.I.’s, de acordo com um estudo realizado (artigo na íntegra: UEL Projetos).

1- Inspeção visual, que consistiu na verificação de avarias na carcaça, painel, cabo e sensor;
2-     Verificação do funcionamento da bateria;
3-     Limpeza e lubrificação dos roletes e do rotor;
4-     Verificação do funcionamento, através de testes de fluxo e oclusão.


Normas, leis sobre segurança e requisitos de materiais de infusão (equipo, bomba):

RESOLUÇÃO- RDC N° 4, DE 4 DE FEVEREIRO DE 2011 – Estabelece os requisitos mínimos de identidade e qualidade para os equipos de uso único de transfusão, de infusão gravitacional e de infusão para uso com bomba de infusão.

NBR IEC 60601-1 – norma geral que descreve os requisitos gerais de segurança aplicáveis a todos os equipamentos eletromédicos.

NBR IEC 60601-2-24 – norma particular/específica de bombas e controladores de infusão.

Veja também, as postagens anteriores:

Não esqueça: Se gostou ou tem dúvidas, sugestões, compartilhe conosco através dos comentários!